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Highlights e insights da Case Conference 2025
Na última semana, fizemos as malas e partimos para terras paulistas pela primeira vez: um feito inédito para nós do Rasgo Studio. Nosso principal compromisso era participar da Case Conference 2025, um evento pensado para estrategistas de marca. Ainda aproveitamos para conhecer diversas marcas que admiramos e que não atuam aqui no Sul, mas isso é assunto para outra newsletter.
Estrategista de marca is a thing?
Só pra contextualizar, acho interessante falar um pouco sobre o que um estrategista de marca faz, caso alguém ainda não tenha visto esse termo: o estrategista de marca é quem ajuda uma empresa a entender com clareza quem ela é, o que quer comunicar, para quem está falando e por que isso importa. É quem traduz os fundamentos invisíveis da marca: propósito, posicionamento, personalidade, tom de voz, diferenciais, entre outros. Tudo aquilo que vai guiar como a marca se apresenta para o mundo.
Muitas vezes, o próprio designer de marcas assume esse papel, e sim, tudo está interligado: um bom design nasce de uma boa estratégia. O visual não é só estética, ele precisa traduzir ideias, emoções, promessas e mensagens que vêm de decisões mais profundas.
Case Conference 2025
Kaio Rezende abriu os trabalhos com o “heat vision” - um apanhado das principais tendências atuais do mercado. Em seguida, Bruno Andrade trouxe vivências e experiências diretamente do time comercial de um grande estúdio. Ambos são sócios da BCC (Blanks Case Company), que trabalha com desenvolvimento de grandes marcas em São Paulo, como por exemplo a Next10, mais recente empreitada do ídolo do futebol Neymar Jr.
Além de palestrantes da nossa área, a conferência ainda expandiu os horizontes com Seu Elias, barbeiro referência e mentor de inúmeros profissionais no país, que falou sobre como construiu um império através de seu ecossistema de marca testado e validado. Por último e não menos importante, Alan Spadone, o maior micropigmentador do mundo, trouxe os ensinamentos e desafios de construir um negócio multimilionário no Brasil.
Highlights & Insights
Entre anotações e boas conversas, reunimos os aprendizados que bateram mais forte na Case Conference. Não é sobre frases de efeito, mas sobre o que realmente está mudando na forma de construir e viver marcas hoje. Aqui vai um compilado direto ao ponto, do jeito que gostamos:
→ As novas gerações não são mais tão apegadas à marcas. Elas querem problemas resolvidos - se outra empresa oferece a mesma solução por um investimento menor de tempo ou dinheiro, elas não se importam de trocar.
→ Seja percebendo a influência do marketing em suas vidas ou escolhendo melhor o que compra, o consumidor está mais consciente do que nunca, tomando decisões cada vez mais inteligentes.
→ Marcas são (e sempre foram) fábricas de significado, e hoje seu valor tem vida útil menor do que no passado. Em outras palavras, antigamente era mais fácil construir e manter relevância no mercado. Agora é preciso estar sempre propagando sua mensagem com consistência para se manter notável.
→ Todos os fundamentos de branding e marketing já foram escritos — o que vemos hoje é apenas a reciclagem dessas ideias conforme o contexto muda. Canais, linguagem e o nível de consciência do consumidor evoluem, mas princípios como posicionamento, valor simbólico, construção de significado social e tantos outros seguem firmes como base para qualquer marca que queira ser relevante.
→ Começar pela comunidade é a melhor maneira de construir uma marca forte. Algo que sempre falamos por aqui: saiba para quem é a sua empresa, e sirva essas pessoas da melhor forma possível. Sua comunidade já existe, você só precisa saber quem faz parte dela e como alcançar essa audiência.
→ Marcas sempre tiveram personalidade, mas hoje as pessoas engajam com negócios que se parecem mais com pessoas do que com corporações.
→ Descentralização do poder de marca: os grandes players finalmente estão perdendo espaço para os pequenos. Um exemplo que vivenciamos de perto é a The Coffee, marca brasileira criada em 2018, que já coexiste com gigantes do seu setor como Starbucks.
→ Essa foi uma das falas que mais chamou atenção: o mercado de branding vive uma pseudo-valorização. A procura aumentou, muita gente começou a entender a importância da gestão de marca, mas os investimentos ainda não acompanham essa consciência. Além disso, o mercado de estrategistas não tem regulamentação e a barreira de entrada é baixíssima: qualquer pessoa pode começar a trabalhar com branding ou design, mesmo sem formação ou repertório. Isso distorce o valor percebido, já que os preços de um projeto podem variar de algumas centenas até milhões de reais. Resultado: mais interesse, pouca verba e um mercado ainda confuso sobre o que realmente está comprando.
→ A Inteligência artificial já consegue executar muitas tarefas com maestria, mas ainda não é capaz de algumas peripécias nossas (pelo menos não por enquanto), como interpretar o futuro com base em repertório; possuir intuição de mercado; criar pensamentos originais a partir de um ponto de vista único; ler entrelinhas em uma conversa real com um cliente; tomar decisões em contextos complexos e até assumir responsabilidade criativa.
O que trouxemos na bagagem
Voltamos pra casa com as malas cheias de ideias, provocações e a certeza de que estamos no caminho certo. A Case Conference 2025 nos lembrou que marcas fortes não nascem de fórmulas prontas, e sim de intenção, percepção, sensibilidade e repertório. Que bom saber que não estamos sozinhos nessa caminhada.
E sim: estrategista de marca is a thing — e cada vez mais, uma coisa necessária.
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