A Netflix faz parte da vida da maioria das pessoas que consomem filmes e séries atualmente. O que muitos não sabem, é que a empresa iniciou as atividades com o aluguel de DVDs entregues por correio, lá em 1997. Na última sexta-feira (29.09), através de um vídeo repleto de significado, a gigante do entretenimento anunciou o fim deste serviço.
No filme, a Netflix apela para a nostalgia dos envelopes vermelhos e dos rituais atrelados ao uso do DVD, como a tela de espera icônica e a famosa “baforada” no disco para fazer aquela limpeza básica. A música escolhida para a campanha foi “All the Small Things” do Blink-182, em uma versão reproduzida com sons de aparelhos de DVDs.

O plot inicial
Em 1997, Reed Hastings e Marc Randolph, inspirados pelo modelo de negócio da Amazon, decidiram criar um serviço de “locadora virtual”, onde era possível entrar no site, escolher os filmes no catálogo e receber os DVDs em casa. A partir de 1999, já era possível assinar mensalmente: em uma época onde as locadoras comuns cobravam individualmente por título, na Netflix era possível escolher quantos filmes quisesse sem se preocupar com taxas de atraso e envio.
O auge do serviço foi em 2010, com 20 milhões de usuários e 10 mil filmes e séries no catálogo de DVDs. O streaming da Netflix foi implantado em janeiro de 2007, e por volta de 2011 começou a ser amplamente utilizado, fazendo o modelo antigo perder força. O aluguel de DVDs por correio nunca chegou ao Brasil, mas fez enorme sucesso nos Estados Unidos.

Como este serviço se manteve em pé até 2023?
No começo, os diferenciais da marca foram a conveniência de não precisar ir até a locadora: era só escolher os filmes e aguardar um ou dois dias para assisti-los. Outro atrativo era o catálogo muito mais amplo de títulos, maior do que qualquer locadora “física” poderia armazenar.
Em 2020 a revista Wired fez uma matéria com pessoas que ainda usavam o serviço de aluguel por correio da Netflix. Naquele ano, dois milhões de pessoas ainda recebiam DVDs pelo correio.
Dentre os motivos citados, estavam a maior variedade de filmes do que no streaming; a facilidade de encontrar um filme muito específico; a disponibilidade mais rápida de lançamentos; e a qualidade superior de imagem dos DVDs e Blurays. Ainda precisamos considerar que existem áreas rurais com acesso e velocidade de internet limitados, fazendo do streaming uma opção inviável.
Apesar de todos estes argumentos, o número de assinantes do serviço caiu muito com o passar dos anos. Em 2019, a receita da Netflix foi de US$300 milhões com aluguel de DVDs contra esmagadores US$20 bilhões em assinantes de streaming.
O desfecho do roteiro
O Co-CEO da marca, Ted Sarandos, postou no seu Instagram: “Esses icônicos envelopes vermelhos eram tão amados que enviamos mais de 5 bilhões deles para cidades e vilarejos, grandes e pequenos, que de outra forma não teriam acesso à variedade de filmes e programas de televisão que disponibilizamos.”
É interessante observar que a Netflix sempre teve o objetivo de proporcionar entretenimento acessível por meio da ampla oferta de filmes e séries, seja com mídia física ou digital. No momento atual da empresa, podemos dizer que ela mudou consideravelmente o seu modelo de negócio se comparado ao início, mas o foco da marca e da experiência continuam sendo coerentes com o propósito inicial.
O foco deve sempre estar na experiência dos clientes. Toda a cultura da empresa deve estar alinhada para realizar este conceito.
- Robert Brunner, Stewart Emery
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